19 de abril de 2010

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Portugal (Des)Qualificado

Fala-se muito da importância da qualificação. Todavia, não deixa de ser paradoxal que num país que enferma de falta de competitividade, em grande parte e segundo se diz devido às baixas qualificações académicas e profissionais dos Portugueses, existam ainda dezenas de milhares de licenciados que estão desempregados. Este número até poderá ser maior pois nem todos se inscrevem nos Centros de Emprego. Muitos estão em situação de sub-emprego ou a desempenhar funções que nada têm a ver com as suas aptidões. É um desperdício em todos os sentidos. É lamentável que muitos licenciados tenham que omitir que o são, apenas para conseguirem um simples emprego. Ainda poderíamos contabilizar todos aqueles que têm vindo a emigrar porque o seu país não os valoriza e não lhes dá a oportunidade para aplicarem os conhecimentos que entretanto adquiriram.

Pode-se questionar a adequabilidade de algumas licenciaturas face às reais necessidades do país, mas também se sabe que muitos dos licenciados desempregados até têm experiência profissional e muitos são oriundos das Engenharias, Economia, Gestão e outras áreas de cariz técnico. O que é caricato é que se continua a afirmar que o país carece de licenciados quando comparado com o resto da UE. O que dizer então dos licenciados que apostam em Mestrados e MBA´s. A tendência será passar a haver mais mestres em função do processo de Bolonha. Com isto será de esperar uma subida do número de mestres desempregados.

qualificações em Portugal

Li algures num estudo que é maior a empregabilidade em Portugal quando se tem o 9º ano do que com o 12º ano!!! Então assim, talvez o melhor conselho que se possa dar aos pais é que tirem os filhos da escola quando atingem o 9º ano, sob pena de estes não conseguirem emprego caso prossigam os estudos. Bom, à semelhança dos licenciados, mestres e MBA´s, sempre podem omitir.


De que adianta melhorar as qualificações dos portugueses quando, exceptuando o sector público, o sector financeiro e algumas multinacionais, as empresas nacionais não as valorizam? Estas na sua maioria são PME´s cuja competitividade não assenta em mão de obra qualificada, mas sim em mão de obra barata. Esta realidade aliás foi reiterada por um ex-membro de um governo anterior numa visita oficial à China. Enquanto isto continuar, será sempre difícil motivar alguém a prosseguir os seus estudos.

1 comentário:

  1. Concordo totalmente com o autor! Eu sou estudante de engenharia e resolvi realizar o meu mestrado na finlandia porque tenho a certeza que se ficasse em portugal ficaria no desemprego, após tantos anos de luta para concluir os meus estudos com mérito, mérito esse que o meu pais nunca iria dar valor.

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