5 de março de 2012

5

Informação VS Ignorância

Eu acredito que quanto mais uma sociedade estiver devidamente informada e esclarecida, mais avançada ela se tornará. Informação é Poder. Claro que há que distinguir entre informação e desinformação pois muitas vezes a linha que as separa é muito ténue. É aqui que entra a Propaganda cujo objectivo não é o de esclarecer mas sim o de “intoxicar” e lançar dúvidas ao “semear” certas inverdades. Provavelmente já ouviu dizer que uma mentira muitas vezes repetida faz com que a diferença para que seja verdade se resuma a uma questão de mera interpretação. Mas aí só quem lê é que poderá, ou não, “filtrar” essas notícias que muitas vezes chegam ao domínio público devidamente “massajadas".O inverso disto será o de viver na ignorância o que até pode ser bom segundo a máxima de que o que não sabemos não nos pode afectar. Apesar disso, eu sou dos que gosto de viver informado mesmo sabendo que a verdade nua e crua pode, por vezes, deixar-me infeliz e deprimido. Utilizo sempre todos os meus “filtros” na busca da verdade. Não deixo que o meu pensamento seja “inquinado” por questões ideológicas ou partidárias. E como penso pela minha própria cabeça procuro a verdade naqueles que também o fazem. 

Para melhor entender o que se passa actualmente connosco, isto é, como e porque chegamos a esta situação e quais as soluções para erradicarmos estruturalmente este problema, alguns livros foram determinantes.Se o leitor quiser ficar mais bem informado, não poderá dispensar a leitura desses livros, a saber:

Portugal , que futuro? , Medina Carreira

O nó cego da Economia , Vitor Bento

Como o Estado gasta o nosso dinheiro , Carlos Moreno

Portugal , Dívida Pública , Défice Democrático , Paulo Trigo Pereira

O fim da ilusão , Medina Carreira.

Estou a lembrar-me daquele famoso discurso de Martin Luther King cujas palavras mais marcantes eram o "I Have a Dream". Também eu tenho um sonho: é que todos os Portugueses, especialmente os da Sociedade Civil, possam um dia ler estes livros. Haverá outros também merecedores dessa atenção, mas se forem só estes já será muito bom. E a partir daí seguramente nada ficará como antes.

5 comentários:

  1. Faltam aqui os essenciais, os que nos explicam a razão humana do erro,,, em especial o Portugal, hoje. O medo de existir. E claro, a sua continuação. O Desnorte. Ambos de José Gil.

    ResponderEliminar
  2. Quem pensar que a Comunicação Social, sobretudo em Portugal, contribui para essa informação e esclarecimento de que fala está muito enganado. Basta reparar na promiscuidade entre os políticos e alguns jornalistas da nossa praça. Se os media em geral não alinharem com o “establishment” correm o risco de serem segregados, sobretudo do mercado da publicidade. Ou por acaso alguém pensa que são as PME que garantem o mercado publicitário neste país? Quem faz a maior parte da publicidade são justamente aquelas empresas “privadas” que vivem permanentemente sob a asa protectora do Estado. É que este se for preciso ”interfere” nestas como contrapartida da concessão de certos tratamentos de favor, inclusive, a manutenção dos mercados oligopolistas onde muitas delas actuam. Felizmente que existe a Internet, essa sim, a contribuir decisivamente para essa informação e esclarecimento ao contrário do que muitos desejariam.

    ResponderEliminar
  3. Os livros elencados apenas informam de acordo com uma visão redutora da economia. O problema é este...
    – Precisamos de uma abordagem diferente para enfrentar a crise e de uma Europa diferente
    Primavera de 2012. Merkel e Sarkozy correm de cimeira em cimeira, a fim de salvar o euro. A imprensa amarela enlameia o povo da Grécia. A luta sobre uma solução para a crise está a intensificar-se dramaticamente: no princípio de 2012, uma aliança autoritária-neoliberal de grupos de lobbys de negócios, a indústria financeira, a Comissão da UE, o governo alemão e outros países exportadores esperam acelerar o Tratado Fiscal que acabou de ser concluído em Bruxelas junto aos parlamentos nacionais. O Tratado Fiscal prescreve uma política anti-social de cortes e inclui penalidades para países que se opuserem a esta política. Portanto o Tratado Fiscal restringe a auto-determinação democrática ainda mais. É o clímax momentâneo de uma tendência autoritária na Europa.

    Estamos fartos destas políticas anti-sociais e anti-democráticas, e da campanha de difamação racista contra o povo da Grécia. Deveríamos, ao contrário falar acerca das consequências desumanas destas políticas. Deveríamos falar acerca da viragem autoritária da Europa e dos baixos salários alemães como uma causa da crise. Deveríamos falar acerca das fortunas intactas dos poucos e dos sofrimentos dos muitos. Deveríamos falar acerca da nossa admiração pela resistência e solidariedade entre o povo grego. Vamos exigir o que deveríamos ter sem precisar dizer: democracia real e uma vida boa com dignidade para todos – na Europa e alhures.
    A crise na Europa é só o topo de um iceberg. Por baixo jaz uma profunda crise estrutural do capitalismo. Demasiado capital está a perseguir lucros. Mas os retornos sobre o investimento são baixos: há demasiada competição e salários demasiado baixos. O crescimento financiado pela dívida e as bolhas especulativas apenas adiaram o estalar da grande crise. Agora a aliança autoritária-neoliberal está a advogar um mais-do-mesmo radicalizado: socializar as perdas da especulação – através de um serviço à dívida permanente por parte dos assalariados. Eles querem aumentar retornos sobre o investimento – por meio de empregos precários, cortes em salários e pensões, reduções do estado previdência e privatizações. As consequências são drásticas e o que está a acontecer na Grécia paira sobre o resto da Europa: desemprego em massa, empobrecimento de vastas faixas da população, colapso de sistemas de saúde, aumentos de doenças mentais e um declínio da expectativa de vida.

    ResponderEliminar
  4. Medidas como esta só podem se executadas por meios autoritários. O golpe de Pinochet no Chile em 1973, os programas do FMI em estados africanos no anos 80 e a transformação da Europa do Leste no princípio dos anos 90 são os precursores históricos do Tratado Fiscal & Co.: "terapias de choque". Princípios democráticos e sociais que foram conquistados por lutas com muitas vítimas serão eliminados a grande velocidade pelo Tratado Fiscal, a fim de assegurar que dívidas sejam servidas e que taxas de lucro aumentem. Na Itália e na Grécia, governos não eleitos de tecnocratas estão a utilizar cassetetes, gás lacrimogéneo e canhões de água para impor os cortes ditados pelos grupos de "peritos" em Bruxelas, Frankfurt e Berlim. O Tratado Fiscal e o conjunto de decretos sobre "governação económica" dão cada vez mais poder a organismos tais como a Comissão da UE, o Tribunal Europeu de Justiça e o Banco Central Europeu, os quais actuam para além de controles democráticos. Para impedir a tomada de decisões contrárias à ortodoxia neoliberal, o Tratado Fiscal perfidamente fortalece a ditadura dos mercados financeiros através de multas a serem pagas à UE.
    Tal como na Grande Depressão da década de 1930, forças chauvinistas e fascistas estão a ganhar influência, na Hungria, Áustria, Finlândia e alhures. Cego às lições da história, o governo alemão, com a sua política de austeridade inflexível, está a adoptar soluções reaccionários para a crise cada vez mais provável.
    Por todo o mundo, os povos estão a combater estas políticas, desde a Praça Syntagma em Atenas, até a Praça Tahrir no Cairo, a Puerta del Sol em Madrid e o Zucotti Park em Nova York. Os movimentos de refugiados e trabalhadores migrantes através das fronteiras externas da Europa fazem parte destas lutas por uma vida razoável. Estas lutas devem ser executadas por cima das fronteiras em nos centros da aliança autoritária-neoliberal, em Paris, Bruxelas, Frankfurt e Berlim. Portanto, apelamos aos povos para aderir aos protestos que vem aí, incluindo o Dia Europeu de Acção em 31 de Março, o Dia Global de Acção em 12 de Maio e a mobilização internacional em Frankfurt am Main de 17 a 19 de Maio . Apoiamos uma solução alternativa para a crise:
    não ratificação do Tratado Fiscal e abandono do conjunto de leis da UE sobre "Governação económica";
    cancelamento de dívidas públicas, introdução de controles sobre fluxos de capitais e conversão de bancos em fornecedores de serviços públicos;
    redistribuição da riqueza social de cima para baixo através de um novo sistema fiscal;
    expansão da infraestrutura social e começo da transformação da economia com um programa de investimento social e ambiental;
    redução das horas de trabalho;
    democratizar a política e a economia radicalmente a todos os níveis;
    acabar com a política racista da Fortaleza Europa – autorizações de residência e estatuto legal para todos.
    Dizemos não à UE autoritária e neoliberal dos poucos e apelamos a uma UE democrática, social e ecológica dos muitos!

    ResponderEliminar
  5. Um colega meu de trabalho de nome Michel Rio depois de vinte e cinco anos de manutençãom no mundo inteiro dizia-me um dia. Tenho andado por todo o mundo e verifiquei que quanto mais pobre é um povo maior o seu sorriso. Esta frase marcou-me e tem-me seguido toda a vida. Para ser feliz basta-me ter pouco. Vinte anos mais tarde complementei esta frase dizendo quanto mais ignorante e pobre um povo mais feliz é. Os ricos e cultos sofrem de depressões, são por vezes amargos e por vezes tomam atitudes extremistas ou violentas. A minha mãe de idade muito avançada diz que hoje há mais desacatos e crimes que no seu tempo, Não sei se tem razão, mas hoje as noticias mostram mais essa criminalidade e talvez por isso pareça haver mais crimes.
    Tem isto a ver com tema do seu artigo. Devemos ter informação ou não?
    Se não soubermos das coisas somos mais felizes, o nosso mundo é mais reduzido, valorizamos coisas simples, mas é muito mais fácil ser manipulado.
    Por outro lado ter informação, permite-nos discernir melhor as coisas, pensar pela nossa cabeça, ser menos manipulado, mas transforma-nos em pessoas infelizes.
    O que está certo?
    Eu optei pela sua posição, é-me fácil distinguir quando uma notícia é fabricada ou enviesada, um anúncio trás uma mensagem verdadeira ou não, quando um político me está a passar a mão pelo pêlo ou não, um vendedor me está a tentar vender gato por lebre, mas estou mais amargo, cínico e não tenho tão bons resultados.
    Conheço, como o senhor, pessoas vãs que são manipuladas ou ludibriadas por aqueles mesmos agentes, engolem qualquer patranha, mas não são tão amargos, relacionam-se melhor e obtêm melhores resultados.
    A sua sátira dos conselhos paternais é profunda e dou comigo muitas vezes a pensar no que devo ensinar aos meus filhos. Um caminho ou o outro? Privilegiar a coerência ou o sucesso? E num mundo que muda tão depressa e tanto é fácil manter a coerencia e não apanhar a mudança ou mudar para sovreviver, mesmo sacrificando a coerência?
    Prezo, muito o Dr. Medina Carreira (talvez porque aprendemos na mesma escola militar) e enche-me de esperança quando por vezes diz que ainda há-de vir o tempo dos sérios, sim de um homem que pensa pela sua cabeça e não lhe dão a volta, como provavelmente a si. Mas também vejo outros, que com menos e mais imagem são idolos que os mais jovens procuram seguir o exemplo. Até acham que o modelo do Dr. Medina Carreira é o de um chato, deixem-no falar, mas não queremos nada com esse tipo. Assim as suas oportunidades ficam cerceadas. Poderá um dos modelos fazer um golpe de rins e mudar para o campo oposto? Não me parece fácil. Então teremos de ficar ancorados ao modelo que desenvolvemos e os outros que se lixem. Eu sou assim, não posso agradar nem a todos nem em todos os momentos.
    Mas um modelo não serve sempre. Temos de aprender a viver com ambos os modelos e a usar o que cada um tem de bom.
    Num ou noutro momento é sempre preciso alguém que pense pela sua cabeça, especialmente quando está em causa a incerteza. Há-de vir um dia em que precisam das usas ideias.
    Meu caro amigo, muito obrigado pelas suas reflexões, espero poder continuar a lê-lo mesmo correndo o risco de ser menos feliz. Bem haja!

    ResponderEliminar

▲ Topo