6 de março de 2011

8

Portugal, um País próximo da Revolta Social?

 revolta social em Portugal

O que começou por ser a “Revolução dos Jasmins” na Tunísia e que rapidamente se alastrou a outros países árabes, com maior ou menor sucesso, não pode deixar ninguém indiferente. Isto demonstra que sim, é possível. As pessoas quando o desejam, muitas vezes motivadas já pelo desespero, conseguem triunfar sobre a repressão, a corrupção e a tirania. 


África é um continente de profundos contrastes. Possui imensos recursos naturais, tem das mais belas paisagens do Mundo e paradoxalmente continua subdesenvolvido. Infelizmente tem sido palco de muitos conflitos, sejam eles étnicos, tribais e religiosos. Com o patrocínio da ONU procurou-se instituir eleições “livres” em muitos dos países que aí se encontram. Estas “democracias” não são mais que cleptocracias ou autocracias. Tenho dúvidas se em África haverá mesmo alguma democracia digna desse nome. 

Claro que em Portugal a situação é totalmente diferente. Temos uma democracia “imperfeita” pois está assente numa partidocracia em que os dois partidos do arco governativo, pela situação confortável que têm, só estão interessados em manter o “status quo”. Isso viu-se recentemente quando ambos inviabilizaram uma proposta que pretendia limitar os vencimentos dos gestores públicos ao do Presidente da República. Na prática, estes partidos alternantes são iguais nos seus propósitos. Servirem-se do País quando chegam ao poder distribuindo cargos pelas respectivas clientelas. Até nas nossas embaixadas já se colocam “boys”. A única coisa que realmente muda, são os protagonistas. Tudo o resto se mantém. E é curioso que o que estes partidos da governação têm em comum são as clientelas externas que, indiferentemente de quem está no poder, pretendem continuar a beneficiar dos habituais tratamentos de “favor”. Por isso é que fazem “donativos” para ambos os partidos. Claro que devem alegar que assim contribuem para a consolidação do nosso sistema democrático! 

Se tivermos em conta que estas revoltas sociais no Magrebe tiveram na sua génese o elevado desemprego, a miséria, a corrupção e o nepotismo, então pouco faltará para que Portugal tenha também esses ingredientes no peso certo. Não será por acaso que no Facebook e nos correios electrónicos de muita gente já circula um apelo à concentração de 1 milhão de pessoas a exigir a demissão de toda a classe política. Os argumentos são bastante válidos e pertinentes, os quais passo a transcrever de seguida: 

““ Exmos, Senhores,
cá vai um importante contributo, para que o Ministro das Finanças -e
todos vocês- não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso
que não sabe em que mais cortar. Acabou o recreio e o receio!
Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de
pessoas. A guerra contra a chulisse, está a começar. Não subestimem o
povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do
porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos!

Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para
mudar o rumo deste abuso.
Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar. Nenhum governante fala em: 

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores,
suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três
Presidentes da República retirados;  


2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes,
profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias
na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e
outras libações, tudo à custa do pagode; 


3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que
não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º
emprego; 


4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir
milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam
funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo. 


5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas
porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se
uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e não são
verificados como podem ser auditados? 


6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais,
numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira,
em 1821, etc...; 


7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento
de 200€ ? por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75€, ?
nas Juntas de Freguesia. 


8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da
quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem,
para conseguirem verbas para as suas actividades; 


9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc,
das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares
pelo País; 


10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento
das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e
famílias e até, os filhos das amantes... 


11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e
entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos; 


12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não
permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular
tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado
a compras, etc; 


13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e
respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos
contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis... 


14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos
por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o
regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE
ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE
ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA...; 


15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos
que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há
hospitais de província com mais administradores que pessoal
administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES
PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do
partido no poder... 


16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos
sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com
o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que
criminalizar, autuar, julgar e condenar; 


17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do
Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado. 


18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao
BPN e BPP; 


19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e
Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora. 


20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma
recebe todos os anos. 


21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam
milhões ao erário público. 


22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de
funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem
a quadros do Partido Único (PS + PSD). 


23. Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos
depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela
corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado; 


24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP, que mais não são do
que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com
fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle
seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço
que "entendem"...; 


25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito,
perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e
adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País,
manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando
dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e
vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o
progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela
precisam; 


26. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns
anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise"; 


27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo
com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso
sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os
crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida; 


28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas
que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas
pelos ditos. 


29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam
cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu
património antes e depois. 


30. Pôr os Bancos a pagar impostos. “” 

Perante isto, resta saber até quando a classe política vai continuar a subestimar os Portugueses, confiando sempre no chavão de que somos um povo de brandos costumes. É que já não há mais nenhuma face para dar tal é o número de “estaladas” que recebemos. 

Na minha modesta opinião… a contagem decrescente já começou.

8 comentários:

  1. O que faz falta é acabar com essa malta, é o que faz falta!Portugal, não acordes não!!! Vais pelo cano abaixo e deixas-te ir...Já não vamos lá só com cravos. Temos que lhes espetar os espinhos e correr com essa corja política que enriquece cada vez mais e nos empobrece. Função pública, sector privado, todos os trabalhadores/contribuintes. ACORDA PORTUGAL!!! Diz CHEGA. Diz BASTA. O que faz falta é acabar com essa malta, é o que faz falta!

    ResponderEliminar
  2. https://www.facebook.com/event.php?eid=207347482611340
    tens boas ideias, esperamos te lá
    abraço

    ResponderEliminar
  3. Concordo contigo, mesmo a afirmar "confiando sempre no chavão de que somos um povo de brandos costumes." sim, somos, metemos sempre os mesmos a Desgovernar este País. Eu punha prioritário nessa lista e acima de tudo era uma Auditoria gerida à parte pelo Ministério da Justiça em conjunto com o Presidente e a Bancada parlamentar, que seja feita uma prova de demonstração das contas públicas para então sabermos concretamente tudo o que é desnecessário, dispendioso e cenas mantidas para os boys(ps/psd), entre interesses inteiramente pessoais. Julgo haver aqui manha ao enconder durante tantos anos a contas públicas na integra. Como se vê não acreditei em nada neste Governo, além de não ter acreditado no anterior, pela falta de clareza e transparecendo uma atrapalhação enorme do que foi dito por dito e o que aconteceu "por situaçao de causa?". Algo aqui está completamente, falta de confiança politica que tenho visto de uma forma gritante. Portugal não se governa e até vai se desgovernando seja de que forma for.... Acho que entre este processo todo, governo provisório, decisões eleitorais, etc. As contas públicas deverão ser postas à claro (ou andamos a esconder o verdadeiro estado das coisas para enganar os mercados estrangeiros????). Remeto esta situação à maioria da Classe politica, por falta de profissionalismo TAMBÉM!!!

    ResponderEliminar
  4. SENSACIONAL ! PRECISAMOS DE LEVAR ESTAS COISAS E CONVENCER JORNALISTAS A DIVULGAR NA IMPRENSA

    ResponderEliminar
  5. Na minha modesta opinião, concordo em absoluto nos pontos que enumeraste. Como é evidente, são apenas alguns dos muitos problemas deste país e muitos outros de dimensão semelhante ficam por abordar. No entanto, quando falo em dimensão semelhante, falo numa dimensão tão pequena que não vale mais do que um "cagagésimo" do PROBLEMA. É verdade que grão a grão enche a galinha o papo e que no seu somatório todos estes (e outros) problemas menores podem fazer a diferença. Mas só farão a verdadeira diferença quando o problema de fundo estiver resolvido, isto são pormenores que todos juntos valem ZERO. É verdade que nos pormenores reside a diferença e que com os pormenores se pode trabalhar uma solução abrangente que atinja o sucesso. O problema é que, apesar da sua importância, um pormenor é um tipo de majoração, que pode elevar um determinado valor. Mas quando o valor-base (leia-se, problema de fundo) é zero, podes majorar (trabalhar os seus pormenores) até à exaustão que continuas a ter ZERO.

    O problema de fundo é que não há "guito" nem vai haver, o mal está feito e atingiu uma proporção inacreditável. Chegámos ao ponto de perceber e assumir que não temos um tostão para daqui a um mês, e isso, diz tudo. Não ouvimos dizer que temos de fazer qualquer coisa para evitar a bancarrota daqui a 5 ou 10 anos. Ouvimos dizer que já estamos em bancarrota e que não temos guito para pagar salários daqui a um mês. Isso é inacreditável, pedir ajuda financeira a um mês do colapso é uma anedota.

    Peço desculpa, não te quero desencorajar nas ideias, não quero fazer com que deixes de te preocupar com estes assuntos, só gostava de te dizer que deves continuar preocupado, que deves ter as tuas ideias porque poderão ser valiosas e fazer a diferença mas deves perceber o seu real valor (não digo zero, digo 1:infinito que é quase igual), porque neste modelo económico, neste sistema político, nos valores da nossa sociedade, e com a nossa classe política não há milagres do tipo grão-a-grão enche a galinha o papo. Porque todos os grãos que consigas "inventar" vão parar à mesma galinha de sempre.

    Queres soluções? Também eu queria. Se eu sei qual é a solução? É verdade que estou longe de saber. Mas parece-me que só percebendo o problema (de fundo) podemos estar mais perto de encontrar a solução. E o problema de fundo é muito mais sério e exigente para o qual não vale a pena perder (para já) tempo com pequenos pormenores porque são pequenos "cagagésimos" do problema principal.

    Há-de haver solução, é preciso o esforço de todos, mas temo que seja preciso, primeiro, um "golpe-de-asa" qualquer, um milagre qualquer ou alguém com uma visão extraordinária para servir de impulso a algo extraordinário nunca antes visto ou experimentado.

    Até lá, "vai-se andando"

    Cumprimentos,

    Marco

    ResponderEliminar
  6. Em tempos de crise e em tempos em que a crise é apenas o reflexo de uma crise muito maior e que se acumula nos últimos 800 anos devido não apenas às característica cognitivas dos nossos políticos (pelo menos somos dos poucos países que juntamente com Angola o poderá dizer que todos têm oportunidade de serem alguém sem serem discriminados pelas suas faculdades e deficiências cognitivas)mas porque geralmente sempre um povo com costelas de Iscariotes que por 30 moedas não nos importamos de perder 1000, desde que essas 30 sejam imediatas e não venham num pack com corda e sapatos. Mas não julguem que somos vendidos por dinheiro que nem Judas, a pobreza sempre foi tanta que sempre o povo se vendeu por pão, fosse ele de três quinze dias duro que nem cornos ou uma simples migalha levada pelo vento da mesa de quem nos fazia chilrear que nem pardalitos.
    Poucos vão pegar numa arma, seja ela pedra tesoura ou caneta. A contagem decrescente começou mas os meus caes nem ladram, ja que faço questão de deixar cair da minha mesa algum pão sempre atrasa o relógio e distraio me com os bichos.

    ResponderEliminar
  7. Gosto do que escreve, pena não ter a opção seguidores!

    ResponderEliminar
  8. sou residente e confuso com os portugueses. até que ponto o povo aguenta, sem subir as barricadas! ou falta de ideas e inteligência para perceber como somos enganados! o sistema começa sempre em cima.
    algumas super ricas familias partilham todo pais! os politocos recebem sacos azuis para aprovar leis, quais ajudam salvar as riquezas deles e mesmo tempo fazem nossa vida um inferno. porque hoje temos tanto ricos e tanto pobres??? e para proteger os leis e interesses dos ricos e governo temos uma policia e tribunais, onde um pobrinho ganha porrada e nao pode defender se e os ricos com advogados ao lado deixam orgulhoso, mentiroso e arogante suas comentarios para os jurnalistas ate tenho vontade de vomitar! precisamos uma revoluçao como na franca, onde foram coratadas cabeça do rei e muitas outras cabeças da burguesia???
    observador

    ResponderEliminar

▲ Topo